Neste fim de semana, depois de 10 anos de web amizade, conheci pessoalmente o jornalista, escritor, roteirista, cartunista e talvez até ex-modelo Edson Aran. Fui no lançamento do seu primeiro livro infantil, “Aninha e o Unicórnio”, sobre o qual falarei mais adiante.
Eu leio o Aran há ainda mais tempo, desde o começo dos anos 2000. Foi quando comecei a ler a revista VIP por dois motivos: tentar ser um homem mais interessante e pegar mais mulher. Metade dos objetivos foi cumprida.
Ele era o editor da VIP, que virou uma publicação muito interessante sob seu comando, com muita gente boa escrevendo — inclusive ele mesmo. Em seguida, dirigiu a Sexy e a fez bater de frente com a Playboy.
Não à toa, alguns anos depois foi comandar a própria Playboy, retomando a tradição de grandes entrevistas e reportagens da publicação, que voltou a ser culturalmente relevante.
Você aí, que comprava essas revistas e deixava tudo no banheiro, fique sabendo que perdeu ótimas leituras.

“Aninha e o Unicórnio”, o livro infantil do Edson Aran
Mas o que um homem com extenso currículo em publicações adultas teria a dizer para as crianças? É uma pergunta justa, e eu vou explicar.
Eu li “Aninha e o Unicórnio” ali mesmo na Livraria da Travessa, depois de pegar o autógrafo do autor, enquanto minha senhora escolhia publicações sobre arte. Ah, aproveitei e também peguei um autógrafo no genial e hilário livro dele “Delacroix Escapa das Chamas”, de 2009.
Como todas as pessoas que escrevemos humor, popularmente conhecidas como “engraçadinhos”, o Aran tem muita sensibilidade e leveza no texto. Isso se reflete nesse seu primeiro trabalho para o público infantil.
“Aninha e o Unicórnio” é sobre a jornada de uma menina e seu amigo imaginário, que é um bicho diferentão. Em quase 40 páginas que ele ilustrou belamente, Aran traz lições inspiradoras sobre amizade e tolerância para os pequenos e, claro, seus pais.
As ilustrações, aliás, são realmente muito bonitas, e são as verdadeiras condutoras da história.
E o livro é bonito em todos os sentidos, me fazendo sorrir em vários momentos. A jornada de Aninha vai até a vida adulta, quando ela acaba abandonando seu amigo unicórnio, ficando com os dias mais cinzas.
Cheguei a me emocionar com a leitura. Tenho certeza que muita gente grande vai se ver na An(inh)a e buscar uma reconexão com seu unicórnio, seja ele o que for e o que significar. Já escrevi sobre isso aqui no blog.
Recomendo que você compre uma cópia do livro para presentear e inspirar uma criança — ou a sua criança interior.
Como virei web amigo do Aran
Conversei rapidamente com o Aran durante o lançamento, que estava bem concorrido. Ele disponibilizou jujubas para os convidados, que degustei alegremente.
Papeamos sobre nossa saudade do Twitter, rede social em que nos conectamos e trocamos ideias por muitos anos. Entusiastas e produtores de humor, acabamos tendo muitas referências em comum. Como ele tinha muito mais referências que eu, aprendi bastante com suas tuitadas.
E éramos meio craqueiros de política, também, o que faz parte do ethos tuiteiro e nos unia em momentos de desilusão e ridicularização.
Sendo seu leitor de muitos anos, fiquei bem feliz quando o Aran começou a curtir e até divulgar o Laranjas para os seguidores dele. Era uma época boa do Twitter, em que você tinha contato com pessoas legais e que admirava.
Inclusive, fizemos fotos do nosso encontro e eu brinquei: “essa aqui vai pro Twitter”. Acabou indo para o Instagram, já tá valendo. O Aran ainda se divertiu quando eu revelei que ex-melhor rede social do mundo foi fundamental para eu conhecer a minha senhora. Mas essa é uma história para outra hora.
Por hoje, foi muito legal conhecer um cara que influenciou meu estilo de escrever e de pensar humor. Sobre pegar mais mulher, nem ele nem a VIP podiam fazer milagres.

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