Uma noite no Museu… de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)

Na última semana tive a oportunidade de participar, junto à minha senhora, de uma visita guiada a duas exposições que estão em cartaz no novo prédio do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o popular MASP.

Sim, caso você não saiba, o MASP cresceu. Na foto abaixo, temos a edificação original de 1968, chamada de Lina Bo Bardi, e a nova, mais alta, que ganhou o nome de Pietro Maria Bardi.

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Os nomes homenageiam o casal de ítalo-brasileiros que criou em 1947 e comandou o museu até os anos 90 (ele), e que projetou o prédio original da avenida Paulista, inaugurado em 1968 (ela).

A história bem resumida do MASP está neste link, mas continue lendo o post que eu vou sugerir uma maneira bem mais legal de conhecê-la.

Primeira exposição da noite no MASP: Renoir

O acervo do MASP possui doze pinturas e uma escultura do mestre impressionista Pierre-Auguste Renoir, mais conhecido nas ruas da França no século 19 apenas pelo seu sobrenome. Foi brother (ou frère) de outros grandes sobrenomes, como Monet, Pissarro e Sisley.

Como sou ignorante, vai um resumo do seu estilo tirado do site do museu:

Nascido em Limoges, na França, em 1841, Renoir foi um dos principais pintores do movimento impressionista francês, conhecido por suas pinturas de cores vibrantes, caracterizadas pelo uso de luz e cor, pinceladas fluidas e uma atenção especial à figura humana, especialmente em cenas de cotidiano e retratos.

O grande destaque da exposição é o quadro “Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers”, de 1881. Ele retrata as irmãs Alice e Elisabeth, e foi adquirido por Pietro Maria Bardi para o MASP nos anos 40.

Durante uma turnê de obras do museu pela Suíça, em 1987, um sobrinho das irmãs as reconheceu e revelou o destino cruel de Elisabeth: ela morreu aos 69 anos, sendo levada para um campo de concentração nazista durante a 2ª Guerra Mundial.

É o quadro abaixo, montado no novo cavalete criado para a exposição. Elisabeth é a menina maior, de azul.

Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers MASP

Foto: Bruno Volpato (eu)

>> Clique aqui e saiba mais sobre a exposição de Renoir do MASP
>> Livro “Pierre-Auguste Renoir: 1841-1919”, da Taschen, com suas principais obras

Segunda exposição da noite: Histórias do MASP

A noite continuou em outro andar do novo prédio. A exposição agora era sobre a história do MASP, desde a sua concepção por Assis Chateaubriand na entrada do prédio dos Diários Associados até os dias atuais.

Os primeiros anos, em que Pietro Maria Bardi montou o acervo histórico do museu, e a construção do primeiro prédio na avenida Paulista, projetado por Lina Bo Bardi, são os grandes destaques. Há vasto material documental e jornalístico junto a obras de arte representativas da história do MASP.

Veja abaixo algumas fotos que eu fiz:

Fotos: Bruno Volpato (eu)

A forma como a exposição foi montada ficou muito legal. Fotos históricas se alternam com quadros e outras obras. “Um só”, de Tarsila do Amaral, está lá acompanhado de imagens de sua mostra exclusiva de 2019, que formou filas gigantes no vão do MASP.

Tem também “Ressurreição de Cristo”, de Rafael, e “Virgem com o Menino e São João Batista criança”, de Botticelli. A curadoria separou ainda obras mais contemporâneas, que refletem a preocupação do museu com a diversidade.

Episódios mais recentes também ganham destaque. Um show de Daniela Mercury no vão, em 1992, é lembrado por ter sido interrompido no meio graças ao temor de que a vibração do público pulando provocasse ressonância e quebrasse os cavaletes de vidro dos quadros, desenhados por Lina Bo Bardi.

Falando em vão, há um excelente vídeo de autoridades derrubando as toras de madeira que sustentavam o prédio em 1968. Tudo para garantir que ele não desabaria.

>> Clique aqui e saiba mais sobre a exposição Histórias do MASP
>> Livro “Chatô: o Rei do Brasil”, de Fernando Morais, que conta a vida de Assis Chateaubriand, co-criador do MASP

Fica a dica: seja amigo do MASP

Essa noite no museu foi ótima, mas teve um gostinho a mais por eu ser Amigo Masp. Foram visitas guiadas por Isabela Loures (Renoir) e Laura Cosendey (Histórias), especialistas do time de curadoria da casa. E foi exclusiva para quem participa desse, digamos, programa de fidelidade.

As exposições que visitei fazem parte da programação de abertura do novo prédio, e podem ser visitadas normalmente nos horários normais.

Esse tchan a mais, de ter especialistas te explicando tudo e contando histórias, é um dos atrativos do Amigo Masp. Ele tem ainda uma série de benefícios, como entradas ilimitadas durante o ano, entradas gratuitas ou com desconto em outros museus (tem até Inhotim na lista) e desconto no excelente restaurante e café A Baianeira.

Outra baita vantagem é contar com 20% de desconto na Loja do Masp, que tem livros incríveis, objetos e obras de arte com curadoria do Milton Schubert — meu colega no Jornalismo da UFSC — e sua equipe. Ah, e tem loja nova no prédio novo, visitem!

A dica é fazer o plano familiar do Amigo Masp, que sai por R$ 525 anualmente para quatro pessoas (que não precisam ser da mesma família), parcelados em 12x sem juros. Dá 130 pilinhas para cada um, o que se paga em duas visitas ao museu. E ainda tem, como você já viu, essas visitas guiadas exclusivas toda semana, mas com vagas limitadas.

Vale muito! Além de ser um ícone de São Paulo, o MASP está intrinsicamente ligado à história recente da cidade, refletindo toda a sua loucura e vocação artística. É um baita passeio, e um privilégio poder ter contato com tanta arte legal logo ali na avenida Paulista, com metrô na porta.

>> Clique aqui para ver todos os detalhes do Amigo MASP (não é publi e eu não ganho nada além de poder encontrar você caro leitor mais vezes por lá)

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