Há 12 anos, eu via o Paul de perto na Ressacada, em Florianópolis

Um dia vai parecer história de pescador, mas eu estava lá e posso confirmar: Paul McCartney fez um show no estádio da Ressacada, em Florianópolis, em 25 de abril de 2012.

O campo do Avaí Futebol Clube, onde também testemunhei o primeiro gol de Ronaldo pelo Brasil, foi o palco para um show que marcou a vida de 30 mil pessoas. A minha, em especial, por ter proporcionado uma das melhores memórias profissionais da minha errática carreira na comunicação.

Trabalhei na assessoria de imprensa do show e, quando vi, estava assistindo à passagem de som da banda do Paul. Com o próprio Paul. Que cantou e tocou todas as músicas. Isso horas antes do show de verdade.

Paul McCartney Chris Farley
Eu e Paul McCartney em uma entrevista imaginária na minha cabeça

Foi apenas a segunda vez na minha vida que eu fiquei meio catatônico na presença de um artista. A outra havia sido em 2009, quando Angus Young tocou guitarra na minha frente no show do AC/DC, no Morumbi. Acho que só acontecerá novamente se um dia estiver na presença de Robert Plant e Jimmy Page, do Led Zeppelin.

Enfim, divago.

Eu fiz assessoria de imprensa para o Paul McCartney

Poucos dias após o anúncio de que Paul McCartney iria tocar em Florianópolis, veio o convite da All Press para me juntar ao time deles. Meu primeiro “cliente” seria o ex-beatle.

A agência havia sido contratada pela produção local do show para fazer assessoria de imprensa e RP. A minha job era excelente: produzir releases e textos sobre a parte artística, biográfica e cultural do menino Paul.

Eu estava mais feliz que pinto no lixo. Agradeço até hoje a Déborah Almada e o Rogério Kiefer, donos da All Press, pela confiança no cara que eles conheciam de um site engraçadinho.

O Rogério, aliás, tem uma ótima coluna no site Acontecendo Aqui, em que fala de literatura e mostra que é muito mais do que um rostinho bonito.

Passei um mês fazendo pautas divertidas e escrevendo releases caprichados. Usei muitas coisas que já sabia e outras de uma biografia mais pessoal de Paulinho, que havia sido recém-lançada. Não tivemos nada a ver, porém, com as imagens dele e da esposa no resort Ponta dos Ganchos, tiradas por um intrépido fotojornalista em uma canoa no mar de Governador Celso Ramos.

Paul ficou meio puto com essas fotos. Eu jamais deixaria Paul puto.

Gravamos também vídeos com o saudoso Sílvio Lummertz, que foi meu professor de Marketing, apresentador de programa de rádio de jazz e, de quebra, o maior beatlemaníaco de Santa Catarina.

Acabou sendo minha única experiência em assessoria de imprensa. Ouvi o clássico “mas não vai teu nome nas matérias?”, evidentemente. “Não, pai, o Cacau Menezes não bota o nome de quem mandou o texto”, respondi.

Paul McCartney John Lennon
Eu e Cacau Menezes produzindo uma nota para a coluna dele no DC

Peguei muito respeito pela job de assessoria de imprensa e, depois, quando fui trabalhar em um jornal, procurei sempre tratar com respeito essa turma bacana. Se rolaram grosserias comigo sugerindo pautas do Paul McCartney em Floripa, pensa a dificuldade de algumas temas sem tanto apelo!

E então eu vi o Paul de perto

Chegou, então, o dia 25 de abril de 2012. Meu trabalho foi bem feito durante o mês, e lá estava eu na Ressacada para beliscar mais alguma pautinha e, finalmente, cobrir o show.

As boas notícias e surpresas estavam apenas começando a aparecer.

A primeira era que eu teria acesso a todos os setores da plateia. Isso incluía a frente do palco e os camarotes VIPs, que tinham comidas e bebidas à vontade. Como bom profissional que sou, não peguei nem uma empadinha sequer e não toquei no goró. Juro.

Já na frente do palco eu fiquei quase o show inteiro, indo mais para o fundo só para ver a minha esposa — então com 1 ano de namoro e no fim da primeira parte, antes dos bis (bises?), para cantar “Hey Jude” ao lado dela na chuva.

Choramos? Talvez.

Antes, porém, descobri que poderia assistir à passagem de som. Ô coisa boa. Foram 17 músicas com a banda completa, incluindo Sir Paul. Que homem!

Ele interagiu bastante com os cerca de 200 fãs que estavam assistindo, inclusive reconhecendo alguns. Provavelmente se tratava de uma turma que foi a vários shows daquela turnê de 2012.

Aquele sonho durou cerca de uma hora. Paul já tinha 69 anos e, mais tarde, ainda tocaria por mais de 3 horas. Que homem (2)!

Vale ressaltar que os fãs pagaram cerca de 1,5 mil dólares e/ou tinham que ser do fã-clube oficial do ex-beatle por esse privilégio. E eu estava lá. O professor Sílvio também, com uma camisa do Liverpool FC onde se lia “Fab 4” no espaço reservado ao nome e ao número do jogador. E ele fez o registro abaixo, onde não se vê nada além da minha cara catatônica e umas cadeiras da Ressacada.

eu vendo passagem de som do paul mccartney
Me patrocina, J.A. Urbanismo

Lembro da banda ter tocado duas ou três músicas que não estiveram no show principal. Anotei todas para escrever o release, mas perdi o caderninho. Uma delas foi “Birthday”, dos Beatles, para algum fã. E para mim, no meu coração.

Obrigado, Paulinho!

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